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Era só especulação: Geleiras do Himalaia: a previsão de que derreteriam até 2035 não tinha o menor fundamento político. |
Uma auditoria no IpCC, órgão da onu que estuda as mudanças climáticas, traz à tona uma série de irregularidades no trabalho dos cientistas que o compõem.
Diante de uma série de evidências de manipulação de dados, favorecimento político e simples desleixo por parte dos cientistas que compõem o painel Intergovernamental sobre mudanças Climáticas (IpCC), a organização das nações unidas (ONU), órgão que o controla, resolveu submeter a entidade a uma auditoria. A tarefa foi entregue ao IAC, sigla em inglês para Conselho Interacademias, uma associação independente que reúne representantes de institutos de ciência de todo o mundo. O relatório do IAC foi divulgado na semana passada e aponta uma série de irregularidades na entidade criada em 1988 para sintetizar o trabalho científico internacional sobre as alterações no clima e suas consequências. o IpCC, segundo o relatório, é pouco transparente quanto aos critérios de escolha de seu corpo de cientistas. O texto recomenda que se criem normas para evitar que seus membros sejam influenciados por interesses pessoais que atendem às instituições em que trabalham. O IAC também aponta o uso indiscriminado do que no jargão científico se chama de literatura cinza — relatórios, estatísticas e modelos que não provêm de pesquisas criteriosas. Um resultado frequente desses equívocos, diz o relatório, é que o IpCC alardeia verdades absolutas para as quais não há bases científicas sólidas.
O melhor exemplo dessa falta de critério é o escândalo das geleiras do Himalaia. Em seu relatório de 2007, o IpCC afirma, primeiro, que elas podem desaparecer até 2035, por causa do aquecimento global. No mesmo parágrafo, o texto diz que as geleiras não vão desaparecer, mas encolher de 500 000 para 100 000 quilômetros quadrados. Embora o órgão possua um corpo de revisores de texto formado por cientistas, a contradição não foi eliminada. O mais grave é que o próprio IpCC reconheceu posteriormente que ambas as previsões resultaram de mera especulação. o relatório do IAC aconselha que o presidente do IpCC cumpra apenas um mandato, como forma de “manter a variedade de ideias nos relatórios”. Parte da comunidade científica considera que essa passagem do texto é uma recomendação velada para que o atual presidente do órgão, o indiano Rajendra Pachauri, que está em seu segundo mandato, deixe o posto. Segundo os cientistas, é grande a possibilidade de que isso aconteça.
As principais conclusões da auditoria
O IPCC...
...admite cientistas cujo trabalho pode ser influenciado por interesses pessoais
...usa indiscriminadamente dados produzidos por governos e ONGs
...classifica como “muito prováveis” previsões sobre o clima feitas com base em poucas evidências.
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